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O consumo de drogas aumenta cada vez mais, mesmo quando se sabe que
prejudica a saúde. Como se explica isso?
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A quem interessa a desgraça dos jovens, que são os maiores
consumidores?
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Queremos trazer aqui algumas respostas a estas perguntas, e veremos que
nem todo mundo, ou todas as pessoas estão interessadas e trabalhando por um
mundo sem drogas, sem violência, sem dor.
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Veremos que este é na verdade um problema moral que tem raízes socais,
onde estão envolvidos os interesses de uma classe dominante. Pessoas que buscam
além do seu próprio prazer e lucro para si também o poder e controle sob os
seres humanos.
1.
Aspecto Pessoal:
O uso de drogas vem
aumentando assustadoramente entre jovens e adolescentes da sociedade atual. Tal
afirmação já não é mais novidade e muito menos requer grandes testemunhos,
evidências, ou exemplos concretos. Basta simplesmente, que visitemos um dos
centenas de centros de recuperação de alcoólicos e drogados que existem ao
nosso redor.
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Qual seria a razão de tantas pessoas, na flor da idade, comprometerem
tão negativamente suas vidas? Entregarem-se tal facilmente ao vício.
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Três razões básicas poderemos citar, entre outras:
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1. Falta de motivação na vida (vazio de valores);
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2. Deficiência na estrutura social (desemprego, injustiças sociais);
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3. Falta de comunicação ou, na verdade, de seriedade em comunicar o
grande e poderoso perigo que representam o uso e o consumo de qualquer tipo de
drogas.
Segundo pesquisas realizadas
nos últimos anos sobre o uso de drogas, o fator determinante do vício, de
procura pelas drogas, é o desejo de liberdade, de prazer. Um elemento presente
em todos os drogados é a sensação prazeirosa
(inicial) de extremo poder, imediato, quando sob efeito da droga.
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“Eu me achava invunerável, inatacável quando usava drogas. Achava que a
polícia nunca me pegaria. Pensava que poderia fazer o que quisesse que nada
aconteceria. Acreditava ser superiorà morte”, declarou um drogado. Neste
testemunho podemos constatar a enorme fantasia de poder e a invulnerabilidade
da pessoa drogada.
- As pessoas que não
conseguem realizar seus sonhos, muitas vezes
se voltam para as drogas, para realizá-los no seu
mundo imaginário: “Sentia meus pensamentos muito velozes. Achava que não tinha
problemas, porque era muito sadio, feliz, auto-suficiente, alguém poderoso”.
Tal testemunho mostra como a droga serve aos poderosos, que querem que o povo
tenha uma vida miserável, e ainda assim se veja como saudável e poderoso. Os
drogados se tornam, com o passar do tempo e uso, robôs e marionetes dizendo
“amém” a todas as restrições impostas, contanto que tenham garantido o seu
mundo de fantasias.
2. ASPECTO
SOCIAL:
No
aspecto social, o uso de drogas é uma forma de se manter no poder. Há um enorme
interesse por parte do poder sócio-econômico em manter o povo completamente
alienado, na idéia de que está “tudo bem”, “tudo jóia”, através do incentivo do uso das drogas, da bebida. O
viver se torna mais agradável, em especial com os amigos, do jeito que o diabo
gosta.
É
interessante notar que o abuso de drogas se dá pela juventude, justamente os
que ainda não se corromperam totalmente pelo poder sócio-econômico e que seriam
os mais aptos a denunciar e se opor a toda injustiça, corrupção e pressões
sociais e econômicas da sociedade atual.
O
povo, oprimido por leis injustas que só favorecem aos que têm dinheiro e poder
social, numa atitude de fuga, acaba incorrendo no erro das drogas.
Para
garantir essa situação, há uma conspiração no sentido de incentivar o uso de
drogas através dos meios de comunicação social, rádio, tv, revistas, jornais,
filmes, livros.
3. ASPECTO
MORAL:
A moral deve denunciar todos
os fatores de extensão do fenômeno da droga em nossa sociedade. Atualmente,
tanto na família, como na sociedade, não se tem mais tempo para a comunicação,
a solidariedade , a liberdade, o respeito pela pessoa e pela vida. A
insensibilidade a esses valores cria um clima favorável ao vício da droga.
É condenável moralmente o
uso da droga, pois representa uma deterioração da saúde física e psíquica da
pessoa, com a perda da liberdade e da autonomia. Ela afeta o desenvolvimento
normal, prejudicando o aprimoramento de suas potencialidades. É um paliativo e
não ajuda a pessoa a enfrentar e superar seus problemas de maneira consciente.
A droga atinge a dignidade humana e representa um atentado contra a vida.
Quanto ao viciado, não
podemos condená-lo moralmente, a princípio, pois é mais uma vítima de um sistema
sócio-econômico-político que o leva a consumir drogas, do que alguém que faz
uma busca livre e consciente. Devemos traçar um juízo moral sobre o tráfico de
drogas que, no sistema vigente, é ótima fonte de renda. Muitos enriquecem pela
desgraça da vida de outros. O próprio sistema se utiliza da proliferação das
drogas como meio de neutralizar a potencialidade, o vigor da juventude para que
não utilize esta força em vista de uma transformação crítica da sociedade. O
tráfico de drogas é mantido na clandestinidade e os governos fazem questão que
assim permaneçam, pois são os grandes beneficiados.
A nível social, é tarefa da
moral denunciar as situações que levam as pessoas a buscar as drogas. É
condenável todas situação que marginaliza a pessoa, não permitindo sua
realização pessoal. Devemos encontrar meuios para eliminar a questão das drogas
pela raiz, mantendo um controle rígido sobre elas e possibilitando, a cada
pessoa, a sua realização pessoal, criando condições para que ela viva numa
sociedade justa, fraterna e igualitária.
4. ASPECTOS
ESPIRITUAIS:
Se todas as drogas matam,
logo elas não vem de Deus e nem levam à Deus. Elas escravizam o ser humano,
viciam, criam dependência. Enganam, destróiem não só a área física/orgânica,
mas também a social e econômica. O dependente normalmente se afasta ou perde
sua família. Não mais trabalha e nem busca viver de forma harmoniosa com sua
própria existência e para a qual ele foi destinado a partir de Deus. De ter e
viver uma vida em abundância, integral e realmente plena. As drogas afastam o
homem de Deus, o tornam um semi-deus, fazendo com que o homem ignore totalmente
sua posição de criatura, frágil e dependente do criador. Elas não aproximam e
nem promovem a vida, a comunhão com Deus, pelo contrário.
Portanto, drogas num sentido
geral nada mais é do que uma manifestação concreta dos sintomas da
pecaminosidade humana. E como todo pecado nos separa de Deus, nos leva a morte,
logo carecemos de um salvador. Que não só nos liberte de toda e qualquer droga,
mas que nos capacite e nos possibilite a vivermos nossa vida, em meio a esse
mundo corrompido e drogado, livre e longe das drogas. Independente dela, de
forma sóbria e conscientes de nosso papel de sermos sal e luz num mundo em
trevas.